Acrízio Nogueira Pessoa, um dos fundadores do Colégio Deoclécio Ferro.
Nascido na cidade de Marejo, no Rio Grande do Norte, ainda criança, mudou-se para o distrito de Lima Campos, no município de Icó, interior do Ceará. Aos 16 anos de idade, descobriu que a roça seria muito limitada para um jovem cheio de ideais e que já tinha na formação educacional a sua meta principal. Decidiu, então, subir num pau-de-arara e vir para a cidade grande – Fortaleza. Sem ter onde ficar e ainda sem conhecer ninguém, precisou dormir por quinze dias nos bancos da Praça da Estação, esperando por uma oportunidade de trabalho e uma vaga no Liceu do Ceará. Foi quando Seu Alfredinho, funcionário da RFFSA, vendo a situação daquele jovem, convidou-o para passar um tempo em sua casa.
Ingressou no Liceu do Ceará e quando cursava o terceiro ano teve a idéia de dar aulas particulares em uma casa alugada na rua Professor Nogueira para alunos que iriam fazer o exame de admissão. Sem perceber, começava sua carreira na Educação. Ingressou na Faculdade de Pedagogia e passou a dar aulas em colégios de Fortaleza, como Capistrano de Abreu, Agapito dos Santos e Brasil.
Juntamente com o amigo José Maria Barros Pinho fundou o Colégio Oliveira Paiva. Casado com D. Ângela, decidiu sair da sociedade para dedicar-se integralmente àquela pequena escola que já se transformara no Instituto Educacional Professor Deoclécio Ferro, nome em homenagem a um antigo professor liceísta.
Na luta pela Educação no estado, ingressou no Sindicato das Escolas Particulares do Ceará (SINEPE/Ce), convocando escolas de pequeno e médio porte a prestar serviços de qualidade e acessíveis à comunidade. Foi presidente da entidade por duas gestões, que duraram oito anos, quando representava e brigava pelas escolas nos mais diferentes órgãos governamentais. Fosse no Ministério da Educação, no Congresso Nacional, na Assembléia Legislativa ou na Câmara Municipal, lá estava o professor Acrízio a exigir o reconhecimento pelo trabalho realizado pelas escolas particulares do nosso estado.
Não obstante o trabalho realizado pela Educação, utilizou-se desta influência para não deixar que sua comunidade fosse esquecida. Por inúmeras vezes, trouxe e acompanhou vereadores, deputados estaduais e federais e até mesmo o então prefeito de Fortaleza, Ciro Gomes, para reinvidicar melhorias para o Parque Araxá. Foi sua a idéia de ligação das avenidas Bezerra de Menezes e José Bastos através da abertura da rua Minervino de Castro, unindo-a com a Professor Nogueira. Constantemente, pedia a construção e melhorias de praças e espaços de lazer para a população do bairro.
Porém, não esquecia suas raízes interioranas. Sempre dizia que ao completar 55 anos, deixaria Fortaleza e retornaria para Lima Campos, onde pretendia realizar o mesmo trabalho de reintegração do cidadão através da educação e do trabalho. Assim, fundou a Associação dos Moradores de Lima Campos, através da qual realizava trabalhos com a comunidade. Pretendia abrir uma biblioteca pública na casa de seus pais. No final de semana que antecedeu seu falecimento, foi na casa de vários conterrâneos, dizendo-se bastante feliz. Comemorava a reabertura de um posto policial na localidade, uma antiga solicitação.
Não conseguiu ver esses dois sonhos realizados. Mas partiu lutando e vibrando pela conquista de seus ideais.
Hoje em Lima Campos tem uma quadra que leva seu nome nome uma justa homenagem, foi ele que consigo essa quadra para o distrito e tambem a delegacia de polícia, entre umas milhares de frases criada por ele uma se destaca que ele se refere ao progresso de Lima Campos:" LIMA CAMPOS CRESCE NA VELOCIDADE DA BARBATANA DO TUCUNARÉ", Professor Acrísio muito obrigado!
Alissandro Nogueira
Diretor-Administrativo do Colégio Deoclécio Ferro