quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

POEMA DO PROFESSOR E POETA, NONATO BERTOLDO


O MEDO DO CUPIM

Na minha adolescência
Com toda inocência
Arranjei uma namorada
Foi a primeira paixão
Que flechou meu coração
O amor daquela danada

Sua casa era afastada
Uma légua da estrada
Dentro de um roçado
Um amigo mim contou
Uma estória de terror
Que fiquei arrepiado

Na passagem do cifrão
Morreu um certo negão
Debaixo do pé de angico
Como todo garotão
Tem medo de assombração
Quem não tem é um fingido

Á noite quando passava
Em cima de uma árvore estava
Aquela assombração
Num galho algo mexia
Alguma coisa gemia
Era a alma do negão

Nos pés faltou o chão
No momento de aflição
Perdi logo a fala
Sai em disparada
Tropecei na calçada
Cai no meio da sala

Quase desacordado
Meio atordoado
Contei o ocorrido
Que uma assombração
Do maldito negão
Tinha me aparecido

Fiquei mais afastado
Ainda assustado
Todos olhando pra mim
Pra minha decepção
Não era que o negão
Era um diabo de um cupim

Fiquei envergonhado
Todo encabulado
Naquele momento sumi
Deixei a namorada
Na casa da minha amada
Nunca mais apareci

Autor: Professor e Poeta Nonato Bertoldo


Nenhum comentário:

Postar um comentário