Amanda Gurgel é uma militante nata. A professora de Língua Portuguesa que chamou a atenção do país inteiro depois que o seu discurso em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado foi publicado no Youtube, já foi dirigente do Centro Acadêmico de Letras e do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Logo nas primeiras assembléias do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte/RN) das quais participou, assumiu a postura de oposição e no ano passado se filiou ao Partido Socialista do Trabalhadores Unificado (PSTU). Aos 29 anos, Amanda leva uma vida simples como a maioria dos professores do país: sai de casa às 5h50 e só retorna às 23h, pega três ônibus para chegar ao trabalho, estuda à noite, e tem pouco tempo e dinheiro para lazer.
Aos quatro anos perdeu os pais em um acidente de carro e foi morar no interior da Bahia com parentes. Voltou para Natal para cursar a faculdade de Letras na UFRN. Morou na residênciauniversitária e trabalhou durante todo o curso para se manter. Amanda é professora desde os 21 anos. O primeiro trabalho foi no cursinho pré-vestibular do DCE, fase que ela descreve como a melhor da sua carreira. "Era um projeto social e é uma experiência diferente, o perfil dessas turmas é de pessoas realmente interessadas e que estão em um nível de leitura e escrita que você consegue desenvolver um bom trabalho".
Segundo ela, o grande choque com a educação veio quando assumiu uma turma do 6º ano em uma escola municipal de Natal. "A minha maior frustração foi quando entrei na sala de aula para o nível fundamental, em 2005. Eu vi que os alunos do sexto ano não tinham a menor proficiência para estar nessa série, eram alunos analfabetos", recorda.
O sonho de ser professora nasceu no cursinho pré-vestibular. Amanda admirava as aulas da professora Claudina e sonhava em ser como ela. "Ela era uma professora indescritível. Eu olhava para ela e pensava 'é isso que eu quero fazer na minha vida'. Então me tornei professora", contou. Mas e hoje, o que aconteceu com esse sonho? "Eu não sei dizer o que aconteceu com o meu sonho, mas ele não é mais o mesmo, definitivamente. Eu estou em uma fase de avaliação, estou refletindo", disse. A desmotivação vem, segundo ela, dos baixos salários, da falta de condições de trabalho e do analfabetismo dos alunos.
A vida corrida, o desgaste diário e a desvalorização da profissão, renderam a Amanda um problema de saúde que ela prefere não revelar, mas que foi responsável por seu afastamento da sala de aula. Hoje, trabalhando na Escola Municipal Professor Amadeu Araújo e na Escola Estadual Miriam Coelli, ela atua na biblioteca e no laboratório de informática. "Estou em fase de readaptação de função, fora da sala de aula. Assim como eu, existem muitos professores com problemas de saúde em decorrência do nosso trabalho", afirmou.
Fonte:Diário de Natal
Aos quatro anos perdeu os pais em um acidente de carro e foi morar no interior da Bahia com parentes. Voltou para Natal para cursar a faculdade de Letras na UFRN. Morou na residênciauniversitária e trabalhou durante todo o curso para se manter. Amanda é professora desde os 21 anos. O primeiro trabalho foi no cursinho pré-vestibular do DCE, fase que ela descreve como a melhor da sua carreira. "Era um projeto social e é uma experiência diferente, o perfil dessas turmas é de pessoas realmente interessadas e que estão em um nível de leitura e escrita que você consegue desenvolver um bom trabalho".
Segundo ela, o grande choque com a educação veio quando assumiu uma turma do 6º ano em uma escola municipal de Natal. "A minha maior frustração foi quando entrei na sala de aula para o nível fundamental, em 2005. Eu vi que os alunos do sexto ano não tinham a menor proficiência para estar nessa série, eram alunos analfabetos", recorda.
O sonho de ser professora nasceu no cursinho pré-vestibular. Amanda admirava as aulas da professora Claudina e sonhava em ser como ela. "Ela era uma professora indescritível. Eu olhava para ela e pensava 'é isso que eu quero fazer na minha vida'. Então me tornei professora", contou. Mas e hoje, o que aconteceu com esse sonho? "Eu não sei dizer o que aconteceu com o meu sonho, mas ele não é mais o mesmo, definitivamente. Eu estou em uma fase de avaliação, estou refletindo", disse. A desmotivação vem, segundo ela, dos baixos salários, da falta de condições de trabalho e do analfabetismo dos alunos.
A vida corrida, o desgaste diário e a desvalorização da profissão, renderam a Amanda um problema de saúde que ela prefere não revelar, mas que foi responsável por seu afastamento da sala de aula. Hoje, trabalhando na Escola Municipal Professor Amadeu Araújo e na Escola Estadual Miriam Coelli, ela atua na biblioteca e no laboratório de informática. "Estou em fase de readaptação de função, fora da sala de aula. Assim como eu, existem muitos professores com problemas de saúde em decorrência do nosso trabalho", afirmou.
Fonte:Diário de Natal
Nada Contra...
ResponderExcluirA professora faz uso de sua posição social e defende muito bem a categoria. Parabéns à ela! Mas vejo que a professora utiliza-se dos argumentos que a maioria dos professores usam para julgar quem está errado. Ficam julgando que o Sitema é o culpado, naverdade, pode até ser, mas nós professores também precisamos assumir parte dessa culpa. A parte que nos cabe assumir. Sempre cobramos uma Sociedade Igualitáraia, um país justo, mas será que estamos respeitando os direitos dos outros, fazendo com que tenhamos realmente a sociedade que almejamos? Temos sim que cobrar direitos e valorizações, pois aceitamos assumir uma área de muita responsabilidade para com o País que nós queremos ter. Portanto, assumo a responsabilidade de dizer que a maioria de nossos colegas "profissionais" falham muito no quesito competência e, cobram muito para que seus diretios sejam respeitados. O problema, é que não têm coragem de mostrar o Rosto. Cobre sim, sem deixar de mostrar a verdadeira imagem que você representa na sua função.
Prof.: José Santos - Icó-CE.
ASSUMINDO RESPONSABILIDADES
ResponderExcluirA professora norte-rio-grandense, Amanda Gurgel, que utilizou a mídia para revelar os direitos reivindicados pela Classe de Professores daquele estado, através de uma audiência pública realizada na assembleia legislativa do Estado do Rio Grande do Norte, para discutir a respeito do Piso Salarial e outras questões educacionais naquela unidade da federação, disse que o país deveria disponibilizar cerca de 10,0% (dez por cento) do PIB nacional para a educação em benefício da valorização do professor. Parece ótima a reivindicação da professora, porém, precisamos entender o cálculo que a mesma realizou para analisar a disponibilidade de recursos reivindicados.
Não entendemos como simples essa questão. Como professor da mesma área da professora – língua portuguesa – produzir palavras e formar frases para se compreender um texto é tão simples como se levar uma colher de comida à boca, desde que o agente dessa ação disponha de alimentos em sua casa. Porém, traduzir esse texto em números é um processo mais complexo, o que nada nos impede de realizar algumas operações simples. É claro que não podemos esquecer que vivemos num país capitalista e, para muitos, o que importa é o ter.
Aqueles que têm incumbência de nos representar não agem de forma correta. Por isso vemos aí a camuflagem da corrupção. Talvez fosse mais fácil ou nem precisaríamos cobrar esses direitos se a honestidade acompanhasse os homens públicos que representam o nosso Brasil. Para ser mais arredio, temos uma JUSTIÇA que não faz jus à etimologia que o próprio nome carrega, não é? Nomes importantes do mundo político no Brasil estão em destaques nas principais páginas policiais de jornais em todo o país. O que a JUSTIÇA faz? Se esconde atrás de liminares julgando-se ser impotente aos recursos que as Leis dispõem para acobertar seus infratores. Nesse caso, não podemos esperar muito de um país onde Os homens que criam as Leis são seus principais infratores. Sabendo eles que existem prerrogativas que os protegerão. Por que ter medo de infringi-las? Por quê?
Professora, aplaudi seu discurso de revolta quando o assisti através de uma emissora de TV, e pude perceber que suas palavras revelaram a realidade da educação em todo o país e, quando se trata de salário, o Estado do Ceará anda a passos de tartarugas em relação ao potiguar. Enquanto V. Srta. recebe R$ 930,00, na cidade de Icó, Centro Sul cearense, pelo mesmo tempo de serviço (20 horas semanais), um professor trabalha por R$ 594,00, que com a adição de 35,0%, referente à graduação chega a R$ 802,00, somados a 10,0% dá um total bruto de 882,00, subtraindo-se mais de 8,0% que compreende a um total líquido de cerca de R$ 811,00. Nossa realidade é um pouco mais estarrecedora que a vossa. Estamos sim buscando por melhorias salariais, através de entidades representantes da categoria como sindicatos, pois também contribuímos de forma legal para que uma entidade de classe possa nos representar, reivindicando nossos direitos e buscando meios para que a categoria possa ser, um dia, valorizada. Não medimos esforços, porém temos a certeza que todas as reivindicações sugeridas dependem da boa vontade dos gestores municipais que nos representam.
Estamos na luta pelo reconhecimento da categoria. Emissoras de TVs estão propagando, através de convenho, vídeos de reconhecimento e valorização daquilo que o professor é, mas não o fazem com a aquilo que o professor precisa ter e ser. Pois sabemos que em meio a todas as conquistas há sempre “Um Bom Professor”.
Professor: José Santos