Toda casa de taipa abandonada guarda um grito de fome dentro dela
Vi que o tempo havia destruído
Um pequeno casebre protegido
Pela sombra duma cerca de aveloz.
À direita inda havia uns mororós
Como que emoldurando uma aquarela,
No terreiro um pedaço de gamela,
Um ferrolho e um cabo de enxada.
Toda casa de taipa abandonada
Guarda um grito de fome dentro dela.
No monturo daquela moradia
Avistei uns arreios de vaqueiro,
Uma canga, uma vara de carreiro,
Um balaio emborcado, uma bacia.
Eu diante de tanta nostalgia
Fui sentindo um entalo em minha goela
E chorando passei pela cancela
Com a alma mais triste e mais pesada.
Toda casa de taipa abandonada
Guarda um grito de fome dentro dela.
(Mote de Ademar Macedo)
Autor: Wellington Vicente.
Altinho-PE, 21/05/2008.
Do blog do Léo Medeiros o Poeta Popular.
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