Quando o açude Lima Campos ainda estava no papel, havia nas proximidades da atual barragem do açude, local hoje submerso pelas águas, a Cruz do Cavalcante, erguida em intenção da alma de José Cavalcante Luna de Albuquerque, juiz de paz do lugar Telha, hoje Iguatu, ali assassinado.
Foi mais um dos crimes a mando de João André Teixeira Mendes, o Canela Preta, personagem dos mais curiosos da crônica antiga do Icó e que tem seu apelido ligado ao sobrado onde ele residiu.
Bela construção que hoje pode ser admirada no Largo do Théberge, ao lado da igreja de Nossa Senhora da Expectação e de outros prédios históricos importantes, como Casa de Câmara e Cadeia, Teatro Ribeira dos Icós, Sobrado do Barão do Crato e Igreja do Senhor do Bonfim.
No momento do crime o juiz vinha acompanhado de um séquito de vinte seguranças, que debandaram covardemente ao primeiro disparo vindo dos matos, onde os assassinos estavam de tocaia.
Os criminosos, em número de dois, então se aproximaram da vítima e desdenhando da escolta fugitiva chegaram a chupar algumas laranjas que estavam no bornal do morto.
O cadáver do magistrado foi conduzido ao Icó e a consternação dos seus amigos e correligionários foi a portas fechadas.
E não houve autoridade que se atrevesse a fazer o corpo delito, porque mais de trinta capangas armados, do Canela Preta, estavam nas ruas da vila, ameaçando.
Miguel Pité, o pistoleiro que atirou no juiz Cavalcante, também foi ao Icó, se gabando que iria mandar consertar seu bacamarte, porque tinha mirado na menina dos olhos do juiz e tinha acertado na sobrancelha.
O crime teve origem na desordem e caos que reinava nos sertões logo após à independência do Brasil, quando a lei do trabuco era a única lei que fazia sentido.
Relaciona-se mais especificamente aos acontecimentos da confederação do Equador, a revolução republicana de 1824, quando os rebeldes liberados por Tristão Gonçalves de Alencar ocuparam o Icó e o Canela Preta, partidário da monarquia, levou uma tremenda surra de cacete a mando de um parente do juiz Cavalcante que fazia parte das tropas de ocupação.
Escapou de morrer porque uma de suas filhas sentou sobre sua cabeça, impedindo que pauladas a atingissem.
Quando a Confederação do Equador foi derrotada, o Canela Preta, ainda convalescendo do ataque que sofreu, tornou-se capitão-mor do Icó.
Estando "por cima" na política, passou a exterminar além dos membros da família Cavalcante, todos aqueles que espressaram qualquer contentamento com a surra que levou quando estava "por baixo".
Foi quando ele instituiu um governo provisório monarquista no Icó, a "Comissão Matuta" presidida pelo o padre Felipe Benício Mariz, seu irmão, que executou sumariamente cinco de seus desafetos sob a acusação de serem republicanos.
Do livro: Bem Vindo ao Reino do Louro e da Peixada ( José Mapurunga).
Foi mais um dos crimes a mando de João André Teixeira Mendes, o Canela Preta, personagem dos mais curiosos da crônica antiga do Icó e que tem seu apelido ligado ao sobrado onde ele residiu.
Bela construção que hoje pode ser admirada no Largo do Théberge, ao lado da igreja de Nossa Senhora da Expectação e de outros prédios históricos importantes, como Casa de Câmara e Cadeia, Teatro Ribeira dos Icós, Sobrado do Barão do Crato e Igreja do Senhor do Bonfim.
No momento do crime o juiz vinha acompanhado de um séquito de vinte seguranças, que debandaram covardemente ao primeiro disparo vindo dos matos, onde os assassinos estavam de tocaia.
Os criminosos, em número de dois, então se aproximaram da vítima e desdenhando da escolta fugitiva chegaram a chupar algumas laranjas que estavam no bornal do morto.
O cadáver do magistrado foi conduzido ao Icó e a consternação dos seus amigos e correligionários foi a portas fechadas.
E não houve autoridade que se atrevesse a fazer o corpo delito, porque mais de trinta capangas armados, do Canela Preta, estavam nas ruas da vila, ameaçando.
Miguel Pité, o pistoleiro que atirou no juiz Cavalcante, também foi ao Icó, se gabando que iria mandar consertar seu bacamarte, porque tinha mirado na menina dos olhos do juiz e tinha acertado na sobrancelha.
O crime teve origem na desordem e caos que reinava nos sertões logo após à independência do Brasil, quando a lei do trabuco era a única lei que fazia sentido.
Relaciona-se mais especificamente aos acontecimentos da confederação do Equador, a revolução republicana de 1824, quando os rebeldes liberados por Tristão Gonçalves de Alencar ocuparam o Icó e o Canela Preta, partidário da monarquia, levou uma tremenda surra de cacete a mando de um parente do juiz Cavalcante que fazia parte das tropas de ocupação.
Escapou de morrer porque uma de suas filhas sentou sobre sua cabeça, impedindo que pauladas a atingissem.
Quando a Confederação do Equador foi derrotada, o Canela Preta, ainda convalescendo do ataque que sofreu, tornou-se capitão-mor do Icó.
Estando "por cima" na política, passou a exterminar além dos membros da família Cavalcante, todos aqueles que espressaram qualquer contentamento com a surra que levou quando estava "por baixo".
Foi quando ele instituiu um governo provisório monarquista no Icó, a "Comissão Matuta" presidida pelo o padre Felipe Benício Mariz, seu irmão, que executou sumariamente cinco de seus desafetos sob a acusação de serem republicanos.
Do livro: Bem Vindo ao Reino do Louro e da Peixada ( José Mapurunga).
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