Icó. Período de férias escolares, jogos da Copa do Mundo, feriados e pontos facultativos contribuem para o aumento do número de clientes nas tradicionais peixadas de tucunaré, localizadas na sede do distrito de Lima Campos, zona rural de Icó, na região Centro-Sul do Ceará. Os consumidores lotam ao longo da semana, mas aos domingos, a demanda para saborear o prato típico da culinária sertaneja cresce cerca de 70% em relação aos dias úteis.
Neste mês houve um aumento de 50% em relação ao mesmo período do ano anterior. "As férias escolares foram antecipadas", observa o empresário José Gomes Loiola, que desde a década de 1960 mantém o restaurante Peixada do Zeca naquele município. "O peixe tilápia, caiu no gosto dos consumidores, nos últimos quatro anos, mas o tucunaré mantém a preferência".
O distrito de Lima Campos no entorno do açude homônimo é caminho obrigatório para quem segue viagem para Fortaleza, por meio da Rodovia Padre Cícero, a CE 153. Lá estão as tradicionais peixadas do Zeca e do Xixico, restaurantes simples que oferecem peixadas da água doce. Esses dois estabelecimentos são referências no Ceará, atraem ao longo do ano milhares de visitantes, oriundos da região e de outros Estados.
A movimentação é intensa, particularmente aos sábados e domingos. Outras peixadas também foram abertas nas cidades de Icó, Iguatu e Várzea Alegre em busca de atrair os clientes. Saborear a peixada no distrito de Lima Campos é uma tradição que se mantém há 50 anos.
Cardápio
O cardápio inclui peixe frito, cozido, filezinho ao molho, pirão, porções de arroz, baião-de-dois e vinagrete. A mesa é farta e o preço é satisfatório. Uma peixada para duas pessoas custa R$ 28,00, mas se o cliente preferir pode saborear o rodízio ao preço individual de R$ 20,00. O açude público de Lima Campos foi construído em 1932 e é um dos mais antigos do Nordeste. A Vila nasceu no entorno do reservatório. As duas peixadas regionais funcionam lado a lado e oferecem a iguaria de sabor próprio, apreciada pelos clientes.
Antigo
O restaurante mais antigo que se mantém em atividade desde a década de 1960 é a Peixada do Zeca, que pertence ao funcionário público aposentado José Gomes Loiola. O Zeca da Peixada, como assim é conhecido, nasceu em Sobral, mas veio residir em Lima Campos em 1966. Foi pescador e depois adquiriu em 1976 do irmão Francisco Valdeberto Loiola, o restaurante que hoje lhe pertence. Tempos depois, ele passou a ser funcionário público do Dnocs.
Recentemente, a casa passou por uma reforma. "Sempre acreditei no sucesso da peixada e dediquei a minha vida a essa atividade", disse Zeca. O empresário prefere não revelar o retorno financeiro da atividade. "Está bom, mas o lucro é pequeno porque vendemos uma coisa só e o nosso prato é barato", explicou.
"Acho bom trabalhar, não me canso e estou satisfeito porque quando o cliente termina de comer diz que a comida estava gostosa e volta outras vezes e fala para outras pessoas sobre a nossa peixada". As duas peixadas instaladas no distrito Lima Campos, nessa época do ano, vendem em média 700 quilos de pescado por semana. O peixe servido é saboroso. Já o segredo está no modo de preparar, em fogão velho, de ferro, a lenha, e por ser frito na hora. Tem o tempero da culinária rústica sertaneja.
Fonte: DIÁRIO DO NORDESTE Honório Barbosa, Repórter.
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